terça-feira, 3 de julho de 2018

Até quando se importar?

Eu estava pensando nisso por semanas. Em especial depois de uma conversa que tive com o Horn, Miriam e Marco. Sobre a empatia. Isso faz tempo, quando escolheram o desenho para a capa da revista Inovar. Nós falamos que essa condição é o essencial para o entendimento entre as pessoas. Concordamos plenamente sobre isso depois de horas de discussão. Pois o melhor para o entendimento é a conversa.
Mas em tempos recentes, uma pessoa me mandou uma mensagem sobre empatia. É a seguinte “Um pessoa que olha uma situação e crítica, e fica a parte, sem se ver como parte da situação, não enxerga a verdade... já quem olha a situação e percebe a parte que lhe cabe nela, esse consegue forças para mudar e evoluir”. E desde o começo eu sempre me via como uma parte desse todo. Só que ai eu pensei, será que na verdade eu não estou pensando assim por ter sentimento por essa pessoa? Afinal, a frase estava voltada para mim.
Sou um cara passional. Talvez meus sentimentos interfiram em minhas decisões atuais. Faria sentido. Se não fosse uma coisa: meu pai.
No ano de 2012, meu tio Aloísio me falou algo que aconteceu com meu pai. Ele perdeu quem amava. Um ataque do coração. Então, ele foi expulso da casa onde morava com ela pelos filhos da mulher. Voltou para a casa dos meus avós. E poderia ter ficado assim. Se não fosse por um detalhe.
Quem me conhece, já deve saber que muitas vezes eu fui extremamente rancoroso com meu pai. Na verdade, até os vinte e cinco anos eu o odiava. Pois ele foi uma pessoa extremamente violenta com um bebê (eu) e uma mulher (minha mãe). Era bêbado. É dito que quando uma pessoa tem traumas psicológicos, uma criança pode conter lembranças muito antigas. Sem contar que isso faz seus cabelos embranquecerem desde muito cedo. Eu me lembro do que ele fez e tenho cabelos brancos desde os 10 anos de idade pelo que eu sei.
Ninguém me recriminaria se eu o odiasse. Mas eu fui até ele. E lhe dei o ombro. Mesmo me lembrando quando ele me jogou contra a parede da minha casa. Mesmo me deixando sozinho para beber, enquanto minha mãe trabalhava. Mesmo ele me ameaçando quando deve um dos seus surtos psicóticos atuais. Eu não o amo. Mas ficar indiferente seria algo errado. Posso não estar certo, mas tento fazer o que é certo.
Então, quando eu revi aquela frase eu notei... Ela não fazia sentido para mim. Pois eu vi e revi as coisas antes e depois dos acontecimentos da minha vida mais atual. Eu queria que isso mudasse algo. Mas ao menos, isso faz sentido. E isso, essa pessoa terá que admitir.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Dicas para um bom narrador/mestre


  • Dica número 1: quando narrarem uma história vocês podem "roubar". Tanto para seu benefício quanto para o dos jogadores. Explico: usando um escudo de narrador, o mestre pode alterar jogadas para tornar a partida mais dinâmica. Quando ele acerta muitos dados e quer estender o combate, mentindo que está errando (auxiliando os jogadores) ou quando nota que um jogador está "aumentando" seus dados de acerto e então mente falando que acertou mais do que antes (auxiliando a si mesmo). Isso não deve ser usado como caráter de punição, mas sim de controle da história. Lembrando que o mestre funciona como um diretor.
  • Dica número 2: jogos de RPG são criados para contar história (jogo de interpretação de personagens significa ser parte de uma história, não necessariamente que você "evolua" igual a um pokémon). Pois se formos ver parte por parte de uma história, os personagens principais (os jogadores) nem precisam ser poderoso fisicamente, como é o caso de Vampiro A Máscara. Mas eles ficam experientes, ou seja, aprenderam com a vida sobre questões do dia a dia, por exemplo.
  • Dica número 3: tenha bom senso. Muitas vezes, é difícil lembrar todas as regras. Em especial quando a regra é relacionada com um dos livros suplementos (como no caso dos livros de classes do D&D ou os livros dos clãs de Vampiro). Então, quando isso acontecer você pode improvisar DESDE QUE isso não seja algo que ajude 100% só um lado. Exemplo: você não quer ser um Silvio Santos distribuindo bônus demais em uma manobra de combate, mas também não deve ser um carrasco que concede um simples ponto de +1 sendo que ela claramente beneficia em mais coisas.
  • Dica número 4: o mestre não joga contra os jogadores. Ele cria uma história ao redor deles. Criar uma história consiste em colocar obstáculos, sejam eles inimigos (um dragão, um príncipe, uma corporação ou até uma equipe) ou coisas menos visíveis (um terror escondido em um lugar ou uma lei antiga que não pode ser quebrada). Faça a história e deixe que eles façam suas ações. Não manipule eles. Conheça aqueles que estão ao seu redor. Assim poderá saber como vão agir em determinada ação.
  • Dica número 5: jogos são para se divertir. Se não consegue isso com o que está narrando é bom parar e ver o que está errado. Se os jogadores forem compreensivos eles vão entender o que está fazendo. Além disso, melhor ficar um pouco longe quando o stress do trabalho ou estudos não ajuda a criar coisas. O mesmo vale para algo errado nos jogos.