Capítulo Seis: Vivo ou Morto
Depois das revelações e segredos que surgiram naquela
aldeia francesa, o grupo recomeçou sua viagem. Não sabiam como se sentiam, mas
acreditavam que estavam no caminho correto. E especialmente já possuíam um nome
para definir como inimigo: Mallmor. O
nome foi encontrado entre os itens que ficavam abaixo da fonte
Os dois homens inseridos no grupo
deixaram suas montarias para trás, mas antes lhe deixaram com uma pessoa que
pudesse cuidar deles. Nas mãos da curandeira, que apesar de ser uma druidisa,
seria bem melhor do que deixar nas mãos de padre Bernard, concluíram os dois. O
que por sinal, Arctus estava disposto a acabar com o padre, tanto que mandou
uma carta para seus superiores. Aproveitaram e o prenderam enquanto membros do
clero não o levavam para o exílio. Nunca mais ele faria sermões em sua vida.
E o som ficou mais forte, assim como a força da luz. O que
fez com que Lacktum arregalasse os olhos.
Você não quer se vingar? Enfrentar seu nêmese?
-C'est créer une flèche magique. Aussi puissant
comme une flèche.
De repente, suas mãos estavam cheias de energia que soltou prontamente
na asa da harpia. Ela caiu na frente de Lacktum.
Foi então que a criatura com asas coriáceas preparou um ataque contra o
mago. Esse por sua vez sacou sua arma de família, a adaga Van Kristen. Usou a
adaga para tentar acertar o pescoço, mas o que conseguiu foi um golpe no braço.
O mago ficou tão zangado que praguejou no mesmo instante.
A criatura tentou um novo golpe, mas Lacktum se afastou no mesmo
instante que ela avançou. No momento seguinte, Halphy atacou com um virote nas
costas do monstro. O corte enorme estava entre as asas que começaram a encolher
rapidamente. O arco estava longe agora. Ela tentava se ficar firme e o
alcançar, mas era tarde. O mago enfim acertou o golpe na garganta da mulher
alada.
Só sobrou a mantícora no campo de batalha. Essa era forte e firme no no
combate. Não parecia um monstro ou uma besta e sim demônio da guerra, um ser
sem amor ou compaixão que destroçava todos os inimigos na sua frente. O que
fazia com que todos soubessem que o demônio em forma de besta não iria cair tão
facilmente.
Ela pulou em cima do grego para se defender dos ataques. As mordidas se
aproximavam do rosto cada vez mais. A saliva enchia a face dele. Houve então
uma lamina que cruzou o ar em direção as costas da criatura. Ela urrou pela dor
que sentiu. Gustavo e seus cabelos negros chegaram a seu auxílio. Havia subido
na criatura para acabar de vez com aquilo.
-Não adianta paladino, - continuou a urrar o monstro com raiva – eu irei
perseverar e devorar cada um de vocês!
-Isso não vai acontecer hoje monstro – exclamou o guerreiro
sagrado.
-Como tem tanta certeza disso?
-Gustavo... Não estou... Agüentando... – gemeu o quase moribundo Thror.
-Olhe para frente demônio! – foi então que o mago
surgiu quase que por encanto. Suas mãos se enchiam do mana do templo. Ele estendeu
os braços para trás em seguida, os colocou na sua frente com as palmas a mostra
para acionar a magia. Entre as duas, um pequeno tufão de chamas se criou,
surgindo um leque enorme das mesmas sobre o rosto do monstro. Esse ficou cego
pelo golpe.
Gustavo já tinha saltado das costas, quando a
mantícora cambaleava e caiu em cima do jovem grego. Ele arfou, mas logo em
seguida não agüentou as feridas do seu corpo. Morreu. E sangrou tanto que
cobriu boa parte do chão daquele aposento no templo, fruto do corte do
guerreiro sagrado. Todos observavam o monstro caído no chão.
Foi quando debaixo da criatura surgiu uma fina voz
pedindo auxilio.
-Me ajudem... O cheiro dela... Pele queimada... E
sangue podre... Ergh!
Todos riram da situação, enquanto Gustavo retirava
a espada das costas do monstro, que momentos antes os fez ficar em pânico.
Inclusive, um tímido e contido mago.
Eles limparam as armas e curaram os feridos.
Estavam exaustos, portanto, mandaram a ladina feiticeira Halphy, como batedora.
Ela voltou falando sobre alguns itens e uma cela com um estranho prisioneiro. O
homem possuía mantos como as antigas túnicas gregas, dizia a ladina.
Após alguns acertos e conversas, todos sentiram que
era necessário ir até o andar inferior.
Viram que não havia escadas, então improvisaram uma
corda para descer o buraco que descobriram. Não havia nada ali de grande
importância, só o enorme buraco na sala adjacente ao confronto que se estendia
como um túnel subterrâneo, não muito longo, pelo que disse Halphy. Parecia que
ali iria ser colocada uma escadaria, mas não houve tempo. Os monstros deveriam
ter se apoderado daquele lugar, pouco depois que os sacerdotes abandonaram com
medo do ataque dos fiéis católicos.
Quando desciam as cordas, reparavam várias ossadas
humanas. Quase todas de clérigos ou de aventureiros incautos. Eles poderiam ser
os próximos, se não tivessem sido um grupo firme.
Viram um corredor de pedra mal feito em que era
possível ver, ao fundo, a tal cela. Era feita de aço enferrujado, e se não
fosse pelo estado lamentável do homem dentro dela, ele mesmo poderia fugir sem
problemas. O lugar fedia a carniça pelos restos de outros incautos
aventureiros.
Foi quando Gor e Thror quebraram a porta da cela. O
prisioneiro desmaiado despertou em um salto, pelo medo. Os dois guerreiros
olharam para o pobre guerreiro no chão com uma grande atenção. Estava muito
ferido no peito e sangrava na perna. Parecia completamente exausto pelo rosto e
pelo corpo fragilizado.
Apesar de tudo, o rosto do rapaz era jovial e cheio
de ternura. Ele tinha cabelos loiros, todos voltados para trás, deixando o
aspecto do desconhecido, meio selvagem. Ele tinha mantos simples, mas que
lembravam um feiticeiro. Isso explicava o físico reduzido do rapaz. Além disso,
usava um brinco de ouro que emanava magia. Isso era claro.
Arctus e Lacktum cruzaram a cela em direção ao
ferido. Já Thror, foi direto a uma pilha de itens que ficava ao lado do
estranho ferido. O sacerdote fez os primeiros socorros no tal feiticeiro. Já o
inglês olhava o mesmo com curiosidade. Parecia conhecer ele de algum lugar
distante. Para ser correto não era á distância, ou o tempo que o incomodava
para saber de onde se lembrava dele... Era como se o conhecesse de um sonho.
-Meu nome é Nico.
Revistaram os itens e entre eles, haviam alguns
deles que serviriam para o grupo. Havia uma tiara que aumentava o intelecto,
isso foi o que constatou mais tarde o mago. Outro item era uma adaga com brilho
prateado que parecia ter um balanço perfeito para atacar. O primeiro dos
objetos foi parar na cabeça de Lacktum, enquanto o segundo nas mãos de Halphy.
Mas foi Thror que obteve um dos itens, ao qual, todos procuravam: o escudo da
Pele do Dragão de Platina, um dos dois conjuntos.
Foi quando os espólios estavam sendo divididos, que
Lacktum notou que os olhos do grego estavam cheios de ganância para com o
escudo. No mesmo momento, o mago segurou no pulso do guerreiro. Ambos se
fitaram com olhos penetrantes e cheios de enfrentamento.
-O que foi mago?
-É melhor não o usar Thror.
-E qual o motivo me faria não usar um item tão bom?
E nesse momento, o mago que segurava firme o pulso
do grego, agora o tocava com delicadeza. O grego abaixou a mão que ele segurava
momentos antes.
-Eu não quero – disse o mago vacilante – que você
sofra... Como eu...
Foi então que o grego começou a colocar o escudo na
mochila. Ele até pensou em olhar mais precisamente o artefato que carregaria
consigo. Mas quando pensou nisso, se lembrou de Lacktum e suas atitudes
suspeitas, seu jeito extremamente arrogante, e às vezes, tão perigoso. O item
poderia ter sido de um paladino, mas ele deveria estar amaldiçoado assim como
os itens do conjunto. Só o que realmente precisavam fazer, era obter todos os
artefatos para selar os Portões Infernais. O resto seria visto mais tarde.
Após os espólios, todos se preparavam para partir.
Lacktum já preparava a pedra do retorno e já haviam saído do templo. Todos
olhavam atentamente para Lacktum, que agora, se parecia mais com seu pai
adotivo, Azerov.
O engraçado é que na ultima viagem através do uso
da pedra de Ixxanon, eles perderam um companheiro. E agora eles ganharam três
numa manhã só.
-Return.
Havia chamas no lugar. O que tornava a caverna mais
sombria. Ela deveria estar em algum lugar no Mediterrâneo. O fogo das tochas
encobria a figura no centro do salão. E isso não permitia uma boa visão do
homem de pé, no final das escadas.
Um anão entrou na câmara fria e mórbida. Sua
armadura negra e seu elmo cheio de adereços, não conseguiam causar tanto pavor
quanto o home atrás das chamas.
De costas, o homem de mantos sombrios começou a
exigir respostas:
-O que soube do reino da França?
O anão então se ajoelhou, fazendo referência.
-Mestre Kalic Benton II, o túmulo do mestre foi
violado. Mas não se preocupe: nada ocorreu com o corpo reserva.
-Muito bem. E onde se encontra o rapaz Van Kristen?
-Entre as ultimas informações, soubemos que ele e
um grupo de aventureiros estavam próximos do vale das Termópilas. Tem lugar
para descansar na torre de Azerov, um notório mago.
-Azerov? Interessante... Ouvi pouco sobre ele, mas
o que sei causa curiosidade. A pedra de Ixxanon...
-Lyon e Diogo, pedem que suas respectivas tropas
ataquem o covil do mago.
O homem deixa aparecer o olho esquerdo de modo
macabro.
-Enquanto o mestre não desperta plenamente, eu
controlo o Pacto de Guerra! E só eu quem decide quando e quem atacar!
-Sim mestre, - assentiu com a cabeça o anão – como
for melhor para vossa senhoria.
-Mallmor – falou o homem para o anão completamente
de costa para este novamente.
-Sim?
-Prepare suas tropas. Não será a Aliança dos
Imortais ou a dos Mortos Despertos que irá fazer o cerco a torre de Azerov. A
Aliança dos Mestres do Martelo deve chegar as Termópilas e capturar Lacktum e
Halphy vivos. Só os dois são imperativos para os nossos planos.
Nesse momento, mesmo com o elmo, era claro que o
anão esboçou um sorriso de satisfação. Rapidamente, se curvou de forma
respeitosa e saiu da câmara sinistra.
O homem atrás das chamas apertava o punho
fortemente até se ferir. O que saia não era sangue.
Todos estavam calmos depois das aventuras que ocorreram
no reino da França. Estavam felizes especialmente.
Azerov se alegrava com os aventureiros passando
suas tardes brincando em sua torre. Algumas vezes, ele via Thror brincando com
os mantos de Madelyne, ao qual Halphy interrompia imediatamente. Gor fazia
competições contra Seton, que perdia de modo lastimável. Até Lacktum usava
truques para acertar de modo cômico o dono da torre. E ele praguejava contra os
garotos como um vovô irritadiço. Já o Feiticeiro Nico, que havia insistido em
partir com o grupo, se mostrava um grande irmão mais velho.
Houve até um momento bem estranho aos jovens.
Lacktum juntou todos, em um determinado dia para lhes pedir desculpas por ter
agido estranhamente. Então Halphy, ironicamente colocou a mão na testa dele e
disse que agora ele agia estranhamente. Haviam se tornado um grupo. E coisas
assim acontecem. Nem Lacktum havia notado até então: era um grupo de verdade
que se formava ali.
Nos três dias, ocorreram somente coisas felizes.
Mas foi na tarde do quarto dia, antes que ele começasse a recarregar a pedra de
Ixxanon, que um estranho surgiu. Ele batia com força gritando.
-Azerov! Azerov!
-Ora o que...
Quando abriu os olhos para enxergar corretamente o
individuo, notou que conhecia o homem cheio de trapos. Para começar, não era um
home.
Era o discípulo do monstro que lhe concedeu o livro
antigo que tentava decifrar Ele coloca a mão sobre um pano que ficaria no rosto
se ele tivesse um. Parecia exausto e se ajoelhava por cansaço.
-Hunareon! O que te aconteceu?
-Soldados... Dezenas... Ou centenas de anões,
surgiram no vale das Termópilas, fortemente armados, e se dirigindo para cá.
Eles irão chegar logo, pois querem destruir a torre, e tudo que encontrarem,
por conta de um grupo de aventureiros. Azerov, que mal trouxe para as terras
gregas?
O grupo que ouvia tudo de algum lugar na torre
prestava muita atenção na conversa, especialmente nas palavras do estranho de
trapos. Lacktum descia a escada, enquanto Azerov atendia o estranho.
-Eles enfim nos encontraram.
A vil criatura havia sumido. Usou das magias de
Azerov para ir até um lugar seguro para si. O que era muito raro visto seu
aspecto.
As vilas próximas da torre foram esvaziadas.
Azerov, assim como o grupo de aventureiros, se preocupava com os aldeões que
nelas viviam. Nenhum deles queria ver inocentes, envolvidos em uma batalha,
portanto, iriam poupar todos aqueles que pudessem. Os inimigos nunca poupam
ninguém, eles sabiam.
Gor e Thror ficaram responsáveis por evacuar as
vilas. Já o mago Azerov, preparava várias magias de transporte para levar os
mais necessitados, como crianças, velhos, feridos, doentes e mulheres. Arctus
se encarregava de convencer alguns.
Quando chegou o dia seguinte, não havia ninguém nas
proximidades daquela torre. Só a fauna e flora eram vistas.
Mas algo se aproximava no horizonte. Do deserto que
aquele lugar havia se tornado, que já foi parte de uma das maiores polis, surgia um som que quebrava o
silêncio. Tambores de guerra eram ouvidos. Batidas rápidas que criavam medo e
terror. Era o mesmo tipo de som que alguns dos hospedes de Azerov escutavam
quando eram mais novos. Lacktum, Thror e Gor, escutavam aqueles tambores e os
passos atrás daquele som infernal, quando jovens. E isso não era diferente
naquela tarde. Pois da direção de onde eram as Termópilas, vinha um exército de
homens diminutos com armaduras e escudos expostos. Suas armas ficavam nas
costas, seguradas por uma tira de couro. Todos usavam em suas proteções, como símbolo,
um martelo partido ao meio.
Todo o grupo observava e ouvia tudo do último
andar, o mesmo que Azerov quase sempre deixava trancado. Somente o dono da
torre e Nico, o jovem ferido no Reino da França, não observavam o fato. Isso
acontecia, pois os dois acumulavam mana na pedra de Ixxanon. O plano consistia
em transportar todos dali para Avalon. Os mais simples não acreditaram muito
nisso, mas tiveram que se calar diante das palavras dos arcanos que ali viviam.
Nico era um mistério que sempre voltava à cabeça de
Lacktum e Halphy. Ele parecia conhecer muito de magia, mais até que o próprio
Azerov. Isso trazia um, certo receio aos dois enquanto observavam as tropas.
Foram tirados desse pensamento pela própria Halphy que notou algo.
-Veja Lacktum, – apontando para á frente do
exército – alguém vindo à frente das tropas.
O anão vinha com uma armadura, poderia ser um
poderoso lorde. O elmo parecia uma cabeça de demônio, cheio de pelos como
adereços. Em sua cintura, havia um martelo e um machado que pareciam emanar uma
aura de magia. Ele jogou o martelo no chão e tocou a palma da mão esquerda com
o punho cerrado da direita em sinal de paz e referência. Gor sabia um pouco dos
costumes dos elementais da terra de aço, mas
sabia que aquilo era um pedido de dialogo.
Foi então que o anão gritou.
-Os aventureiros que estiveram em Starten, queiram
se apresentar!
Aqueles que estavam na beirada da torre começaram a
se posicionar. Lacktum, com um ar de superioridade, colocou o pé direito sobre
o parapeito. O outro ficava em cima de um caixote, para se apoiar. Ele se
curvou e colocou os braços em cima da perna direita. Ele se mostrou como o
porta-voz do grupo naquela conversa.
-O que quer aqui anão? Você serve aquele que dorme
nas catacumbas da cidade destruída de Starten?
O anão retirou o elmo. Ele tinha muitos cabelos
brancos e possuía uma barba castanha que cobria tanto seu rosto que mal deixava
ver seus olhos. Da parte de baixo de sua barba caiam duas tranças.
-Meu nome é Mallmor[2],
antigo lorde dos anões e Príncipe Negro entre alguns! Estou a serviço de meu
mestre e senhor, para que respondam pelos acontecimentos que ocorreram naquela
cidade! Se entreguem e iremos pensar se pouparemos a maioria!
-Como assim? – gritou Halphy.
-Meu mestre pediu que só dois de vocês fossem realmente
poupados! Halphy Brown e Lacktum Van Kristen! Os outros teriam que esperar a
decisão de meu mestre, Kalic Benton II!
-Kalic Benton? – sussurrou Lacktum.
-O que foi? – perguntou preocupada a fealith.
-Não é que, - falou o mago de cabelos vermelhos
tentando ordenar seus pensamentos – esse nome não me parece estranho.
Gor então grita:
-Quais os motivos de seu mestre querer eles
poupados? Afinal, motivos ele deve possuir.
-Meu mestre disse - respondeu Mallmor – que Lacktum
deveria ficar vivo por motivos pessoais! E é imprescindível que Halphy
permaneça viva para os planos dele! Se os dois se renderem, ele talvez pense se
vai poupar o resto do grupo.
-Planos? Motivos pessoais – agora quem sussurrava
era Halphy.
-Não entendo também Halphy – respondeu Lacktum.
Era possível que Seton estava impaciente com a
conversa. Ele cruzava os braços e batia os pés, freneticamente. O druida
demonstrou, enquanto esteve no grupo, não ter mínima disciplina quando o
assunto se referia à diplomacia militar.
-Só irei ofertar essa chance de rendição uma vez! –
gritou Mallmor.
-Deve ser uma armadilha. Com certeza é – sugeriu
Halphy.
-Temos que confiar em Azerov. Ele vai nos levar a
Avalon – pensou e respondeu Lacktum.
-Qual a resposta que tenho a minha oferta? – gritou
mais uma vez o anão.
Diga a seu mestre...
Lacktum parou e olhou o resto do grupo. Olhou o
grego e sem memória, Thror, com sua ferida na testa. Ficou olhando o antigo poderoso
Gor, e sua lâmina mágica, se mostrando poderoso. Olhou o rápido e ambicioso Hugo
e seu grande amigo Richard, que desistiram de suas aventuras para se aprimorar
com Azerov. Reparou em Gustavo, que tanto lembrava seu irmão Federick, fosse
por semelhança ou pelo seu senso de justiça único naqueles tempos. Observou
então Seton, um druida nada convencional com uma foice tão grande que gerava
medo. Halphy parecia tão perplexa com o que estava acontecendo quanto Lacktum,
mas só quem a conhecia sabia que ela se assustou com tudo aquilo. Já Arctus,
orava tentando demonstrar sua fé, afim de que seu deus intercedesse por todos.
Até mesmo Madelyne se mostrava como parte do grupo apesar de conhecer eles há
menos tempo.
Depois de se livrar da máscara, Lacktum notou
muitas coisas. Ele havia perdido família e várias pessoas amadas, inclusive, a
doce e inocente, Lirah para um inimigo desconhecido. O que ele não contava, é
que encontraria uma nova família formada por druidas, feiticeiros, paladinos,
guerreiros poderosos, ladras sagazes, mulheres encapuzadas e criaturas sidhes. E ele os amava, acima de tudo.
Iria proteger a todos.
-Diga a ele que não iremos nos entregar sem uma
luta! E que seus exércitos iram enfrentar um grupo bem armado!
-Essa é sua palavra final? O exército da Aliança
dos Mestres do Martelo não terá piedade! Mesmo com pedido tardio de rendição!
-Meu nome é Lacktum Van Kristen, e minha palavra é
única e definitiva!
-Certo...
Foi então que Seton saltou na frente de Lacktum:
-Quero ver vocês me matarem seus nanicos idiotas!
Eu enfrento todos de uma só vez! Até você seu príncipe de nada! Você eu
enfrento com uma mão na arma e a outra nas costas!
-Acho que meu amigo aqui – gritou sorridente e
constrangido Lacktum – já disse tudo.
Mallmor sorriu e pegou o martelo, enquanto voltava
para seus homens. Todos saíram da beirada da torre. Começaram a conversar.
-Seton! – começou a criticar Halphy – Você é
doente? Um pouco mais e aconteceria uma chacina!
-Calma, calma, – disse Seton, retrucando – eles não
fazer nada fora do comum. Eles não teriam coragem.
Mallmor voltou para seu exército. Todos o olhavam,
esperando suas ordens. Colocou o elmo em frente aos soldados que só aguardavam
suas ordens, respeitosamente.
Foi então que um deles chegou até Mallmor e
perguntou:
-Mestre Mallmor, o que faremos em relação aos
aventureiros que estão na torre? Iremos poupar alguém? Ou não iremos poupar
ninguém?
Ele se virou e disse com fúria tamanha, que fazia
os pelos de sua barba voavam enquanto gritava.
-Matem todos! Não deixem ninguém vivo! E me tragam
a cabeça de um rapaz que porta uma foice. Esse eu vou ter o prazer de colocar
na parede de meu quarto, como uma prova de sua tolice em desafiar o Príncipe
Negro dos anões.
Halphy que ainda estava extremamente nervosa com
Seton então olhou na direção de Lacktum e disse:
-Pelos diabos! O que estava havendo com seu brinco
mago?
Foi quando o brinco e a adaga de Lacktum começaram
a tomar um brilho único. Como se eles fossem feitos de pura magia. Pelo pouco
que ele estudou sobre metal espectral, eles não eram mágicos, mas possuíam
propriedades mágicas que provinham das almas de nobres pessoas que morreram
próximas desse aço único. Então significava que os presentes que ele obteve de
seu pai estavam reagindo a algo.
E então se lembrou de quando eles brilharam daquela
forma. Era como quando seus amados familiares e Lirah Lugarao’Céu morreram e o
seu assassino surgiu diante dele. Naquele período se concentrou tanto em sua
dor que só notou isso dias depois. Também se lembrou das palavras de Gor sobre
o que falou sobre o metal. Por fim, se lembrou das palavras de seu pai há muito
tempo atrás, quando pediu para guardar esses itens.
Destrua aquele que surgir quando esses itens
demonstrarem sua verdadeira face
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