sexta-feira, 8 de novembro de 2013

(Parte 15) Introdução e Fatos Mitológicos



Avalon seria uma ilha coberta por bosques e vales verdejantes, em algum ponto na Inglaterra. A ilha estaria envolta por uma espécie de bruma e habitada por belas sacerdotisas, feiticeiras e toda a sorte de seres arcanos, conhecedores da Arte. Conhecida por lendas derivadas dos mitos arturianos ela traz consigo os nomes de Merlin, Arhtur, Morgana, Bors, Tristão, Lancelote, Gwynhywyfar, e tantas outras que criaram o mito do Santo Graal, e os Cavaleiros da Tavóla Redonda.
Essa ilha é uma das cortes élficas que ainda existe no plano terrestre – conhecido como Gaya – junto com mais três outras: Arcádia, terra dos elfos filósofos que se localiza ao sul de Delfos; Midgard, reino de elfos guerreiros poderosos, que teria sua localização ao norte do mundo conhecido; Moredhel, o lugar onde viveriam os elfos negros, uma disseminação dessa raça que teria traído os antigos ritos élficos. Dos quatro reinos, o único ao qual nunca se soube com certeza sua localização foi Moredhel.
Como reinos, cada uma possuía um rei. Na grega Arcádia, reinavam Oberon e Titânia, mestres da magia e da lábia que criaram várias lendas em suas terras e até mais distante. Em Midgard, comandava Balor, herói de lendas antigas ao qual citam lutas contra gigantes do gelo e dragões, aos quais, derrotou sozinho. O rei de Moredhel,era um fealith. Seu nome entre os mortais era Edgar Felkar, mas acabou assumindo o nome de Felkarion ou Narsilion, O Cântico do Sol e da Lua. Poucos sabem de um curioso fato sobre ele: o rei de Moredhel foi membro dos Imortais Esquecidos.
Muitos achavam que era fácil encontrar qualquer um dos reinos, mas mesmo os arcanos mais poderosos possuíam dificuldades para encontrar os portais antigos que criavam um elo com o mundo dos humanos. Essas aberturas se deviam ao fato de que esses reinos seriam mundos que mantinham uma ressonância com o mundo comum. E a ressonância correta, se devia aos lideres de cada reino, como o poderoso Arda.
Arda seria um dos últimos representantes da casa nobre dos elfos de Avalon e na verdade, regente da ilha, em relação aos humanos que nela habitavam. Ele teria assumido o poder depois de alguns acontecimentos lendários. O primeiro, fala sobre Arthur Pendragon, o maior de todos os heróis das lendas celtas. Formou um grupo de bravos e corajosos cavaleiros a quem chefiava em regime igualitário em torno de sua Távola Redonda. Ele sempre foi o símbolo do entendimento entre a tradição celta e os dogmas dos cristãos. Treinado por Merlin, seguiu seus ensinamentos de modo a governar toda a ilha de modo justo. Porém, o Rei dos Reis sendo um homem exemplar, cometeu um ato incestuoso com sua meio irmã, Morgana, poderosa feiticeira. Dessa relação surgiu Mordred, guerreiro que teria ferido mortalmente o próprio pai. Essa ferida só poderia ser curada em Avalon, e com isso deixou toda a Inglaterra sem um rei. Visto que ele precisava se curar de tamanho golpe no corpo e na alma.
Enquanto isso, Arcádia, Midgard e até mesmo Moredhel, sentiam os problemas de uma guerra que nunca chegou aos ouvidos de mortais comuns. A Guerra do Arco e do Machado.
Muitos sabem sobre a eterna contenta entre os elfos e anões. Isso se devia aos elementos e minérios ao qual estavam ligados espiritualmente. Enquanto elfos tinham um vinculo natural com o ar e os cristais, os anões já possuíam uma atração para com a terra e os metais. Isso fazia com que tivessem certa rivalidade entre si. Além, é lógico de terem sido gerados pela mesma divindade, mas cada etnia a tratava com nomes diferentes. Os primeiros[1] tratavam sua divindade por Aquele Que É, É [2]e os pequenos elementais da terra a chamavam de Imperador dos Reinos Além das Nuvens.
Mas o fato que realmente culminou na guerra entre os povos, foi a traição que ocorreu no ultimo Levante dos Escudos por Mallmor. Ele teria matado, não somente seu amigo e Lorde do Noroeste, Daigon, como foi acusado como assassino do Imperador dos Anões. Avalon, temendo um ataque dos lordes remanescentes, já que o Imperador teria feito um acordo com o rei – na época, chamado Númenori – de paz entre os povos, se preparou para qualquer atitude hostil. Até mesmo sua prudência não foi o bastante para proteger o rei e sua família de um ataque contra covarde que culminou com sua morte...
Com tudo isso, Arda assumiu o poder sobre Avalon, como líder dos elfos da ilha – já que para ser consagrado rei, necessitaria se casar com alguém de sangue nobre – e regente, para que um dia, Arthur volte. E guie toda a sua terra natal a gloria que merece.
Muitos dizem que Arda quer muito assumir o poder máximo sobre a Ilha das Brumas através de um casamento. Para tanto, ele tentava se casar com a princesa dos faunos, sátiros e fadas. Os reinos desses seres não são limitados por fronteiras como as conhecemos, muito menos pela magia que protege Avalon, e os outros reinos élficos. Eles surgem de áreas mágicas onde nascem as fadas, sendo então, posse do rei das fadas. Se isso fosse verdade, o poderoso Arda acumularia força política e arcana o bastante para tomar o poder do reino para si.
Mal sabiam os heróis de nossa historia que estavam prestes a entrar no meio de todas as tramas que surgiram devido a esses fatos.
...
-Já chegamos? – perguntou chateado Thror, por se manter tanto tempo quieto naquela embarcação.
-Não... E se continuar com isso, juro que lhe transformo em algo! – gritou Lunariel.
Thror temeu as palavras do barqueiro. Lacktum certa vez relatou que como eles, arcanos do porte de Lunariel, eram mestres com o conhecimento de magias sombrias. E o guerreiro estava com medo, que como o mago ruivo inglês disse, viessem a querer transformar o coitado em um sapo ou um cão.
Mas todos nas embarcações estavam cansados de ficar no barco. Halphy conversava futilidades com Hugo e Richard; Gustavo e Arctus rezavam para que Azerov e Nico se saíssem bem dos problemas na torre; Gor, assim como Thror, limpava sua lamina do sangue dos anões; Seton olhava calmamente para a direção que estavam se dirigindo. Lacktum parecia ser o único realmente calmo, mas dentro de seu coração os sentimentos dele começavam a formar novos ideais. Sua meta era ainda destruir o homem que acabou com sua vila, mas agora ele possuía aliados... Amigos é o que falavam os comuns. Ele não tinha certeza. Mas o tempo em que esteve na torre mudou algo.
Foi então que Lunariel colocou a mão no espaço vazio, na frente do lago, se levantando e dizendo a Lacktum:
-Nos magos, somos chamados de abridores, pois abrimos os caminhos da Arte para obter o que queremos. Mas existem tantos tipos de abridores, que existem até alguns que ficam encarregados sobre a passagem dos planos e terras ancestrais. Esses são chamados porteiros. Eu sou um deles.
Depois disso Lunariel recitou palavras arcanas, que nem Lacktum conseguiu entender. As brumas que eram vistas no lago, sumiram da frente dos barcos, como se abrissem um caminho em honra do elfo. E eis que do ar se fez surgir uma ilha.
Todos se levantaram de um espanto só. Alguém entre eles falou:
-É magnífico!
-Parece até o Paraíso... – soltou Gustavo.
Era como se alguém tivesse coberto aquele lugar com um enorme manto invisível, e o porteiro simplesmente tivesse o retirado.
-Parece até uma paisagem da Grécia – falou boquiaberto Thror – Talvez mais bela que qualquer coisa que Homero e Orfeu tenham relatado.
-Lembrou Lirah – falou bem baixo o mago ruivo, Lacktum.
-Que lugar é este? – questionou Halphy, como única que controlava suas próprias emoções perante o que aconteceu – não vai me falar que aqui é...?
Lunariel riu.
-Aqui é Avalon – respondeu o elfo – a terra dos heróis, o Reino Élfico do Arco e lugar onde repousa o Rei dos Bretões, Arthur Pendragon.


[1] Primeiros é um dos termos para se referir aos elfos.
[2] “Aquele Que É, É” e o “Imperador dos Reinos Além das Nuvens” são nomes inspirados nas obras de J.R.R. Tolkien e C.S.S. Lewis respectivamente.



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