Há um ano comecei a
escrever essas linhas para talvez ficar um pouco mais calmo depois de tudo que
eu passei em 2016. Isso acontecia, pois nunca imaginei no que acarretaria
estudar história. Sempre gostei de estudar essa matéria pelo que me lembro.
Acho que isso se deva ao fato de sempre ter gostado das histórias relacionadas
às cruzadas, sobretudo quando se tratada sobre os templários. Mas começo a me
perguntar se não deveria ter feito outro curso qualquer com menos perigos. Sei
lá... Talvez administração ou letras que são cursos mais chatos.
Mas antes de falar sobre os fatos devo salientar duas
coisas: quem sou eu e alguns fatos históricos que me envolveram nesse ano.
Bem, meu nome é Carlos Eduardo Oliveira. Sou um dos
filhos de dona Sandra Souza, atualmente dona de casa. Meu irmão mais novo se
chama Claudio e é um verdadeiro idiota, mas não nos fixemos nele. Meu pai
morreu há muito tempo atrás. Possuo três tios: Roberto, Conceição e Benedita.
Tenho só três primos de primeiro grau devido ao meu tio Roberto e a mulher
dele, Aparecida. Os nomes são Robson, Ramon e João Paulo. Atualmente estudo na
UnG, fazendo curso de história e trabalho a tarde como operador de máquina de
xerox. Chique, não é?
Gosto de comer todo tipo de massas e comidas japonesas,
especialmente apimentadas. Odeio verduras. Tenho como hobbys tocar bateria,
ficar mexendo em meu computador e escutar rock. Se bem que também tenho uma
guitarra, mas a toco mais para descontrair.
Os fatos importantes até agora são que eu sou um
estudante e a morte de meu pai. Sempre fui um ótimo aluno, mas nunca o mais
brilhante. É que sempre gostei das lendas da Idade Média. Sabe, combates de
cavaleiros errantes que lutavam contra exércitos. Coisa de garoto mesmo. Tudo
bem que aqui no Brasil os garotos só pensam em futebol, mas eu pensava nisso.
História.
Meu pai já é um caso diferente: com oito anos de idade
meu pai havia morrido. Foi o máximo que minha mãe falou sobre ele. Nunca soube
nenhum dado sobre a vida dele, além do que consta no meu sobrenome. Família
paterna, vida fora de casa, nada. Mesmo assim nunca gostei dele. Nunca estava
em casa para ajudar minha mãe, então eu aprendi a trabalhar desde cedo. Havia
vezes em que chegava bêbado da rua. E espancava qualquer um que estivesse na
sua frente. Qualquer um mesmo. Sempre o odiei. Bem qual filho não odeia um de
seus pais?
De qualquer modo, eu sei que os meus problemas esse ano
começaram por conta dele e da ditadura militar.
Aí está o outro fato que ferrou minha vida. Como um
estudante pesquiso vários períodos da história nacional e internacional, e devo
confessar que um dos mais importantes são os chamados, anos de chumbo. Um
período conturbado que pega de 1965 a 1985 na linha do tempo do nosso país
O ano era 1964. O até então presidente, Jango, se recusou
a tentar enfrentar uma resistência armada ao movimento militar que começou um
golpe de Estado. No começo, se dizia que seria uma intervenção passageira
devida “aos desmandos provocados pela infiltração esquerdistas no país”. As
Forças Armadas teriam uma função patriarcal quase. Os tolos jornais da época
saudavam isso como uma vitória do movimento democrático, acreditando que quando
tudo estivesse bem haveria votação e um presidente seria escolhido. Bobinhos...
Havia muitas coisas para serem feitas, entre elas –
principalmente - reorganizar o país. O Brasil necessitava de um Poder Executivo
forte, além de formar um novo governo a partir das alianças da UDN e PSD, das
lideranças militares e dos diversos empresariados.
Mas houve então em 09 de abril de 1964, o Comando Supremo
da Revolução, uma junta militar que assumiu de fato o poder do país, promulgou
um conjunto de regras políticas denominadas Ato Institucional número 1, mais
conhecido como AI-1. Esse Ato fortalecia o Poder Executivo e concedia ao
presidente poderes para suspender direitos políticos, cassar mandatos e
exonerar funcionários públicos.
Antecipando a Constituição, que previa eleições pelo
Congresso Nacional 30 dias após a declaração de vacância dos cargos de
presidente e vice-presidente, foram escolhidos o general Humberto de Alencar
Castelo Branco como presidente, e o político do PSD mineiro, José Maria Alkmin
como seu vice.
Deveria haver eleições em outubro de 1965, sendo que entre
alguns dos principais candidatos à eleição estava o ex-presidente Juscelino
Kubitschek. Porém, pressões dos udenistas levaram o governo a o incluir na
lista de cassações políticas, acusado de corrupção em junho de 1964.
Um mês depois foi aprovada uma emenda constitucional que
adiando a eleição para 1966 e que prorrogava o mandato de Castelo até 1967. Era
a institucionalização do Regime Militar.
Esse período trouxe várias mudanças no cenário social,
cultural e especialmente político de onde vivemos. Houve repressão: foi criado
o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) e outras coisas que pareciam
vir direto da “Segunda Guerra Mundial”, mídias como jornais e rádios tinham que
tomar cuidado para não falar nada contra o regime, um milagre financeiro que
foi seguido de uma crise, repressão aos estudantes e professores de faculdades
que eram sempre declarados como subversivos. Isso sem contar com as outras
ditaduras militares que ocorriam nos países latino-americanos como a Guatemala,
Chile, Argentina e Peru.
Era uma verdadeira Era das Trevas, onde algumas pessoas
perderam filhos, pais, irmãos, sobrinhos, netos e amigos... E que nunca tiveram
a chance de enterrar seus entes queridos. Mas o que sempre me deixou mais
revoltado é que em vários dos países em que ocorreram essas ditaduras houve a
punição dos responsáveis por esses massacres. No nosso, alguns ainda estão no
poder.
E qual o motivo de
falar sobre isso? Bem, digamos simplesmente que os relatos a seguir tratam
sobre revelações incríveis sobre o período dos Anos de Chumbo e mais ainda,
sobre meu passado nunca explorado.
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